Me sentia como um personagem do Buñuel. Passei dias me sentindo assim.
Como escrevi no post anterior, não cabe aqui relatar os fatos. No surreal, os fatos são o que menos importa.
O que eu posso relatar aqui é o meu sorriso sacana a tudo aquilo que “acontecia”. Me senti muito fdp.
Senti e pensei demais. Demais. Demais.
Sentir é inerente ao surreal, entender não. Abri mão de entender qualquer coisa esse ano. Já não entendo o que sinto, nem o que penso. E vejo isso em relação a algumas pessoas, a alguns lugares.
Mas a vida dá voltas e voltas, mais do que as do Canto da Lagoa. Mas o Canto da Lagoa também é bem surreal. Aquelas frases e imagens que surpreendem e não explicam me convenceram ainda mais do surreal dos meus dias.
Se o surreal estava contribuindo com a minha felicidade… deve ter incomodado alguém, não é mesmo?
Tem um monte de gente que não sabe ser feliz. E, aliás, não pode suportar a felicidade alheia.
E eu cruzo meu caminho com essa gente, que de “gente” não tem quase nada.
Contato com as pessoas?!
Caí do meu mundo surreal… quebrei a parede da sala de jantar. Deixei meu personagem ao ouvir um distante e confuso “corta”!
Bem, conseguiram o que queriam. O que eles não esperavam é que eu tivesse tomado gosto pelo surreal, tivesse encarnado o personagem – provavelmente voltarei para lá.
Pessoas não me dão medo nem irão controlar a minha vida. Tirei hoje de folga do mundo, fiquei comigo mesma. Amanhã prometo atentar os ouvidos para o “gravando” que o Buñuel vai gritar de lá onde quer que ele esteja.