O sorriso de quem batia à porta do céu
em dia de Santo Antônio
avisando que vinha num pôr-do-sol
depois de fechar os olhos ao amanhecer.
Elias, também, para aí partiu
em carruagens de fogo
que os bons Deus leva
ao seu encontro.
Nossa mania de lavar as mãos
em demasia
e o que a esquerda fazia
a direita não via.
Há quem nunca aprenda
o que a vida ensina:
a amar nos resquícios do dia
nos labirintos do silêncio.
O coração gigante dos olhos azuis
captei para lembrar
como era chegar em casa
e vê-la dependente e frágil.
“Nossa Senhora” sussurrava
aos meus sorrisos
“Puta, tudo puta” gritava
às minhas gargalhadas.
Versos, apenas
para não esquecer.
Saudade imatura irrompe
às portas abertas do guarda-roupa
dos dias que descobri, por fim
o vazio. O vazio.
Foi sacrifício
agarrou-se a todo o respiro
invencível e forte – que forte!
um de nós, teria sucumbido.
Instalou-se aqui como uma prece
inundou-nos com parábolas
e lições de ouro e de prata
ditou seu evangelho e nos salvou.
Do teu olhar lúcido e passageiro
às tuas últimas palavras.
O amor vence
a memória.
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