Ontem cogitei seriamente em apagar o blog. Não sei se ele serve para alguma coisa, mas acima disso, pois que não sou pessoa de utilidades, não sei se ele ainda faz sentido pra mim.
Não tenho escrito o que quero. Isso me irrita muito.
Aí lendo Rubem Alves (a leitura dele vai a conta-gotas pois é deliciosa e me faz pensar em mil coisas, quanto mais delicioso o livro mais quero que ele demore para acabar – livros são como os relacionamentos, sempre terão fim) de madrugada encontrei esta: “Mas quando se inventem estórias não se está procurando a verdade, e sim a beleza.”.
Escrevi aqui, por esses dias, que queria histórias. E maldita Língua que fez cair o tão mais coerente “estórias”. Preciso de histórias e estórias. Dane-se a verdade. Procuro mesmo a beleza. Não a tenho encontrado em lugar algum, em nada nem em ninguém. Se não é pela beleza, não escreverei mais.
Ninguém sentirá falta. Minha vida (daquelas conclusões boas que a gente encontra pelo caminho) não faz diferença para ninguém.
“Escrevo, mas não tenho nem teoria nem método.” me disse o Rubem. Não tenho. Não quero ter. Não terei. Danem-se as teorias e os métodos. Só preciso de histórias e estórias. Porque o que eu busco é a beleza. Não há beleza nas teorias e métodos. Não há beleza na maioria das palavras desperdiçadas por aí. Guardarei a raiva para aguçar a memória, pois esta se faz de boba com qualquer palavra bem colocada.
Não vou engolir a revolta de não escrever o que quero. Não engulo minhas revoltas. E talvez este seja o mais intrigante do mundo virtual, assim que eu apagar o blog ele nunca terá existido. Tenho me sentido tentada a apagar rastros digitais da minha vida e tentar manter apenas os reais. Já foi uma vida, agora seria apenas uma experiência.
Enfim, preciso de histórias e estórias. Busco apenas a beleza.
Deixe um comentário