Menina
Olhos abertos, mãos fechadas, coração triste
Triste?
Nunca soube porque. Nunca ninguém perguntou.
Não entendia a tristeza
A saudade, ah, essa sim, ela aprendeu o que era
E sentia um vazio, uma agonia, uma escuridão
Não havia nada lá, nunca
Nem aqui
Intangível vazio de sentimentos, emoções vazias, coração vazio
Triste?
Nunca soube o que era isso.
Umas vezes, sim, sentia que a tristeza viria… expectativa, e nada.
Uma menina, apenas.
Jamais algo maior que isso, ser menina.
Tudo acabara lá. Tudo deixara de existir.
E seguia.
Falta de ar, sufocamento, afogamento
Sobrevivendo.
E seguia.
O frio, tudo congelara a muitos anos atrás. O que restara?
O que restará?
Quando. Quando. Quando. Quando.
É o pensamento da menina que comeu a maçã envenenada.
O beijo não desperou-a. O que despertará?
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