Eu sei que o dia das crianças foi ontem

 

 

Ontem foi dia das crianças. Eu não abro mão de comemorar a data, mesmo já tendo passado dos dezoito anos a algum tempo. Pouco tempo, é claro.

 

Sempre espero presente, também.

 

Ainda ontem quando liguei para a minha mãe perguntei: e o presente?

 

Meu namorado me questiona sempre dizendo que não sou mais criança. Ora, vejam bem, ele se contradiz.

Toda vez que eu conto alguma coisa da minha infância e digo algo como “eu não tinha paciência” (ontem mesmo comentei isso sobre jogar video-game com meu irmão quando éramos crianças) ele na hora retruca “não tinha? tu não tem!”.

 

Ou seja, posso concluir que sou quem eu era, ou seja ainda, quem sempre fui!

 

Porque não perdi por todas as desaventuranças, as desgraças, as perdas, as tempestades, as brutalidades e crueldades a minha infância nem o meu jeito de ver e levar a vida. Esse “jeito” que faz as pessoas se admirarem quando digo minha idade. O corpo envelhece, e só.

 

Sabe como é? Chegam e tentam te destruir, destruir tuas idéias, teus sonhos, teus mundinhos, tentam destruir tua família, tua infância, tua adolescência, tua juventude, teus sentimentos, teu amor, tentam te fazer nunca mais acreditar nessas coisas, tentam te fazer secar por dentro, se desiludir, se desesperar, tentam te fazer alguém amargurada, infeliz, tentam estragar todos os bons momentos que você teve, tem e terá, tentam machucar quem você ama, tentam te machucar das formas mais bobas e vis possíveis. Eles tentam.

 

Eu tenho esse lema: quando tentam te derrubar, dê a volta por cima. E na minha vida quase todos os dias são assim, tentam tudo isso que eu escrevi ali em cima, e eu dou a volta por cima.

 

Vai ver não me conhecem o suficiente para saber que é em vão, e sempre será, tentar me destruir. Porque se essa criança adorável sobreviveu e reviveu, nada há de destruí-la.

 

Sei que continuarão tentando. Pouco se me dá.

 

E por isso que também sei amar as crianças. “adivinham tudo e sabem que a vida é bela!” (Cazuza, sempre, né?)

 

 

O dia das crianças será sempre feliz. O dia seguinte não mais, porque a vida dá e a morte tira. Porém, me dou o direito da tristeza pelas minhas perdas. Quem é sempre feliz, vive a mentira. Quem é sempre triste, vive uma ilusão.

 

É preciso ser feliz. É preciso, de vez em quando, ser triste.

 

E perder, na verdade, nunca é perder quando a morte tira. Porque tudo o que a vida deu eu guardo aqui no coração com uma alegria e uma felicidade imensas. Isso nada nem ninguém nunca nos tira.

 

 

 

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