A vida não é cinema, Fahya.

Nesses dias sem postar vivi muitas coisas, antes mesmo, entre um post distante do outro eu vivi coisas que pensava em escrever aqui. Por fim, reparei que eram tantas críticas, tantas coisas negativas que só de pensar em sentar aqui confortavelmente, olhando pela varanda um dia lindo, eu me sentia mal. Sim, mal por destrinchar meus pensamentos sobre coisas ruins, desagradáveis, tristes e infelizes.

Mas não é que a vida, além de bela, tem seu lado negativo? Não possoapenas ignorar isso e fazer de conta que vivo o conto de fadas da outra parte. Porém, também não posso me ater apenas às coisas ruins e tornar-me uma pessoa doentia.

Deixei de escrever exatamente dois posts sobre coisas pontuais que me surgiram no vai e vém da vida. Esses dias, diante de um contratempo comum da vida, meu namorado estava inquieto, irritadiço. A situação era comum, como eu disse, talvez até boba. Eu mesma algumas vezes já me vi irritada (profundamente) numa mesma situação. Contudo, olhei para ele e fiz um sermão oferecendo uma visão oposta. De que adiantaria ficar naquele estado? Irritar-se não resolveria em nada o problema. A única solução mesmo para a situação seria esperar. E se ficassemos lá esperando quinze minutos, duas ou dez horas, ficar irritado adiantaria de alguma coisa ou apenas atiçaria uma futura gastrite?

Tenho essa boa mania de quando todos perdem a calma eu a encontro. Tenho a boa mania de ver o outro e reparar nele coisas que eu mesma faço, mas que quando eu vejo refletida eu posso fazer um sermão crítico consciente. Afinal, conheço bem a situação. Não sei se já contei aqui, mas nunca me consultei com psicólogos, analistas e companhia, porque faço auto-análise. Funciona muito bem.

Também sou uma boa ouvinte das críticas que me fazem, apesar de muita gente não acreditar nisso.

Como o exemplo, tirei uns dias para não dar mais tempo às coisas ruins do que aquele que elas exigem.

Assim, me privei de mais pontos para a futura gastrite.

Mas, infelizmente, não podemos fugir das coisas como são. Eis que me deparei, novamente, com uma situação que me deixa, no mínimo, temerosa.

Há uma corrente (tipo essas correntes marinhas que sabemos que existem, as estudamos, mas se olharmos para o mar agora não as veremos) no país que está exarcebando direitos (direitos de algumas “minorias” como alguns chamam, eu discordo da expressão). É sabido que as mulheres, os homossexuais, os negros (para ficar nos exemplos mais “volumosos”, eu diria) lutam por reconhecimentos e direitos que foram historicamente negados, privados baseados em teorias infundadas e preconceituosas e afins.

Não sou de levantar bandeiras, nem a favor nem contra. (um dos posts que não escrevi – ainda – diz respeito um pouco às mulheres mais ou menos nessa direção) Acho digno e admiro algumas formas dessas lutas.

Infelizmente não temos ainda um grau de educação para livrar-nos a todos da ignorância. E opinião, como dizem, é uma merda porque todo mundo tem a sua. É uma praga ainda pior que a do carro, porque este felizmente nem todos ainda possuem.

Aí me surgiu uma observação baseada justamente nisso: na observação.

Eu julgo as pessoas? Sim. Você também. Todos fazem isso. Todos. Só que alguns assumem que fazem, outros não. Essa é a diferença.

Você tem capacidade e está disposto a discutir (no sentido de apresentação de idéias e argumentação, não ho de bate-boca, obviamente) sobre um assunto? Mesmo que a sua posição seja extremada e decline de qualquer possibilidade de mudança?

Colocado isso, poderei prosseguir.

Há uma crítica pouco velada quando alguém faz um comentário ou uma crítica a uma outra pessoa que se encontra num desses “grupos” que citei (homossexuais, negros, mulheres e acrescento os pobres).

Se a pessoa é negra, ou pobre, ou rica, ou homossexual, ou mulher, quando surge um comentário, logo alguém grita que é preconceito porque a pessoa é negra, pobre, rica, homossexual ou mulher. Não ficou claro?

Assim, se você critica a índole ou o comportamento de uma determinada pessoa, por exemplo: ele faz errado porque joga papel no chão! Aí, o cara é negro, e olham para você e dizem que você está dizendo isso, fazendo esse comentário, porque você é preconceituoso e racista!

Um outro exemplo? Critico o Lula por ter dito que o SUS (que eu uso e conheço, como talvez você também) é o melhor sistema de saúde do mundo, mas quando ele precisa ele corre para o Sírio-Libanês (hospital reconhecidíssimo por ser particular e “dazelite”). Aí me acusam de dizer isso porque ele foi pobre, porque eu estou desejando a morte dele. Hein?

Sim, me causa espanto. Preciso dizer um “hein?” saído de uma cabeça embotada e confusa. Como assim?

Então partimos do princípio que homossexuais, mulheres, pobres, negros são inatacáveis? São moralmente corretos? Todos, vejam bem. Nenhum comete erros, nenhum infringe leis? Todos são pefeitos, possuem boa índole e agem corretamente. E se você ousar fazer algum comentário sobre algum deles poderá ser chamado de racista, preconceituoso, maldoso!

Somem ao espanto um pavor e um temor gigantescos.

A que ponto a argumentação desvirtuada chegou? Eu julgo, eu critico, eu falo. Você também, só alguns não assumem. Mas aí quando é do interesse da criatura, dá-lhe lenha para queimar mais um herege?

Sim! Herege! Bem lembrado! Porque a maioria esmagadora dessas pessoas que apontam o dedo chamando de racista, preconceituoso (nesse tipo de caso que eu exemplifiquei), é ateu ou não possui nenhuma religião mas agem como o mais santo carola da Inquisição! Viu como é bom criticar? Viu como todos, enfim, julgam? Eu sou julgada por professar minha religião. Ouço quase todos os dias ofensas e críticas à minha religião e à minha fé. No mesmo dia me surge um não-Cristão desses a me dizer que não julga ninguém!

E há quem me fale em coerência! Ó, pai…

Faço um exercício diário de convivência. Principalmente com aquele que (graças a Deus) não é igual a mim, e com aquele que pensa diferente de mim. Confesso que em alguns dias isso toma proporções quase insuportáveis.

Diante disso, não exijo nem coerência, mas respeito. Nunca permitirei agressões (gratuitas ou não), de nenhuma espécie. Nas redes sociais da vida é assim que eu procedo, pode pensar diferente, pode ser isso ou aquilo, podemos discutir. Agora, nunca, jamais, permitirei qualquer tipo de agressão, aí sim sairá da minha lista. (provavelmente entrará na lista negra! uma piadinha pra descontrair) Nem no mundo virtual nem no real agressões serão permitidas.

Sobre os exemplos, aprendi com a excelente educacão que tive, a valorizar a pessoa pelo que ela é, pelo que ela faz. Nunca pela sua cor, pelas suas roupas, pelos seus bens, com quem ela faz sexo ou não. Aprendi assim. Eu a julgo pelo que ela faz, por quem ela é. E, claro, também, pelo que ela fala (ou escreve, né?). Isso é que faz o caráter da pessoa e é a isso que eu me refiro quando faço alguma crítica ou comentário.

Por isso eu disse que é exarcebar direitos contestar críticas com ataques infundados como “preconceito”, “racismo”, etc..

Talvez há quem se valha disso mesmo, por preconceito retrate a crítica, mas eu não. Não podemos generalizar nem em um caso, nem em outro. Nem nos opositores ferozes.

Sobre o caso do Lula, como eu disse, não desejo nem faço o mal a uma dúzia de pessoas que me desejam (e fazem!) o mal, iria perder meu tempo desejando o mal para alguém que eu nem conheço, ainda por cima um político?! (sim, as pessoas esquecem que ele é político de carreira antes de ser muita coisa)

Não vou nem perder meu tempo me estendendo sobre o assunto. Só citarei um filme que vale como boa relfexão para o caso: The Doctor. Filme lá da década de 80 se não estou enganada. Assisti bem antes da notícia do caso do Lula, mas na hora me lembrei dele. Quando assisti já gostei muito e percebi o argumento reflexivo.

É a história de um médico fodão (ou que pelo menos assim se vê), cirurgião, que trata os pacientes por números, vive sua vida acima de tudo e de todos, mal vê a família e do nada descobre um tumor na laringe. O que acontece? Ele passa a fazer seu tratamento no mesmo hospital onde trabalhar, e aí ele vê a coisa, digamos, pelo “lado de lá”, por outro ângulo. Como ele é um personagem do cinema, ele muda e percebe muitas coisas.

Mas, enfim, a vida não é cinema, Fahya. Por isso, querida, saia desse computador nessa tarde de ventania, silêncio e tristeza e vá assistir um filme.

 

 

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