E vamos para o próximo!

 

Esse ano eu sofri, chorei um pouco, fiquei doente. Eu fiquei feliz por inúmeros motivos, eu me superei. Eu dei com a cara na parede, tentaram me enganar, e foi um dos anos que eu mais ri. Definitivamente, me diverti muito. Vivi situações inusitadas, insuspeitas. (como a cena que eu vejo agora aqui ao meu lado enquanto escrevo) Eu mudei de casa, mudei muitas coisas dentro e fora de mim. Estabeleci metas que não cumpri. Alcancei objetivos que não havia sequer cogitado. Enfim, me surpreendi a mim mesma. Encarei a distância, a falta, senti aquela saudade imensa e irremediável. Fiz tudo por algumas pessoas, me doei. Precisaram de mim, atendi. Não ganhei nada com isso, pois esse não era o objetivo, mas perdi. Perdas que podem ser compensadas ou adiadas, perdas que não são nada perto da morte. Esta, felizmente, não vi tão frequente este ano (algo raro). Cresci em responsabilidade como nem eu mesma imaginava – cresci muito nisso. Encarnei minha Madre Teresa de Calcutá como nunca, pois precisei. E assim fiz um ano melhor. Recebi amigos, velhos e novos amigos, e como os amigos fazem conosco, me redescobri. Perdi alguns (poucos) amigos que se distanciaram pelos motivos errados. Mas esses eu esperarei ali na frente, pois sei que hão de voltar. O tempo resolve tudo. Briguei menos, bem menos. Discuti mais do que deveria com certas pessoas. Porém, não me arrependi. Fiz bobagens imensas, me meti em roubadas inenarráveis. E com estas também me diverti. Soube rir de mim, do outro, do bem e do mal. Não desisti. Insisti naquilo que eu queria, naquilo que eu sabia, naquilo que eu teria. E consegui. Assim como você que me lê, conquistei muita coisa boa esse ano. E como você sabe, isso nos proporciona uma alegria imensa. Provei pra todo mundo que eu não preciso provar nada pra ninguém, como diz a música. Amei: amei demais, amei de menos, não amei ninguém, amei todo mundo; do jeito que me cabe, com a inconstância que levo sempre comigo. Recebi admiração, ganhei fãs, conquistei corações. Corri atrás e recebi em dobro aquilo que plantei. Lamentei errar com a minha saúde, mas, enfim, tentei compreendê-la e respeitá-la: hoje vivemos em paz. Mantive minhas roseiras cultivadas, reguei meu jasmim, arrumei a bicicleta hipocondríaca, perdi o sinal do celular diversas vezes, liguei menos a TV, me reapaixonei pelos livros de ficção, olhei desconfiada para a História. Decidi, por alguns dias, não arrumar a cama, dizer não para uma bebida tentadora, deixar de usar a internet, enfim, mostrar que quem manda em mim sou eu. Ajudei quem precisava, fosse alguém próximo ou que eu nem conheço. Deixei as unhas crescerem, deixei-as todas curtinhas (como agora). Viajei com menos (bem menos) bagagem do que nunca na minha vida – viajei muito, literalmente e metafóricamente. Disse mais “sins”, fiquei mais calada, escrevi mais, pensei ainda mais (se isso for possível), reaprendi a tolerar. Me assustei com a enxurrada de novos cabelos brancos, perdi o sono mais do que o normal. Eu sei que todos que me lêem viveram muitos altos e baixos esse ano, que experimentaram coisas boas e ruins, foram felizes e tristes. E foi assim também comigo. Vivi semanas e meses de montanha russa que deixaria qualquer enredo no chinelo. Mas nós sempre terminamos o ano com aquele anjinho ali no canto nos dizendo que faltou muita coisa. Faltou, é claro que faltou. Não só faltou como já temos a continuidade das conquistas desse ano. Por isso queremos que venha o próximo, para viver muito mais. O que eu quero para o próximo? Sempre o mesmo: que me surpreenda e que seja memorável. Que não seja assim, bege. Que não seja planejado nem previsível, como são as pessoas. Desejo que ele venha com aquela sutileza e arrogância que não me deixam ficar na minha zona de conforto. Conforto pra quê? Já escolhi o vestido de ano novo: branco com mini-flores rosas e folhinhas verdes. Paz, amor e esperança. Ou seja, quero estar pronta para tudo. Quero paz, muita paz, aquele amor gostoso e da esperança eu nunca me desgarro. Quero manter minha vida colorida sem isso de muito cinza ou muito amarelo. Quero, como sempre, variar. Que não me venham somente alegrias e respostas. Quero as tristezas e as dúvidas. A mim, me basta tudo. Já estou onde eu quero, com quem eu quero, vivendo do jeito que eu quero. Amanhã farei tudo aquilo que sempre faço, manterei as tradições. Eu gosto das minhas tradições. E nem por isso não sinto meu coração maior, onde, surpresa, encontrei lugar para mais gente e criaturinhas. Para todos vocês desejo o inesperado e só. Isso já lhes será de muito bom tamanho. E lembremos sempre: por pior que esteja aqui, em alguns momentos, ainda é uma delícia somente pelo fato de estarmos vivos. E eu hei de rir na cara de algumas pessoas esse ano. Irei à desforra, não olharei para trás. Pois que venha o próximo ano.

 

 

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Blog no WordPress.com.

Acima ↑

%d blogueiros gostam disto: