O que eu sinto não importa a ninguém

 

Tem certas coisas sobre as quais eu não queria ter que pensar, muito menos dizer ou escrever. Sentir, então, nem de longe.

Enfim, como eu disse esses dias, o que eu sinto não importa a ninguém. Assim, simples.

As pessoas me cobram tantas coisas, me dizem como se sentem, me fazem perguntas… e eu tenho que aguentar calada que agindo assim elas só deixam claro que nem passa pela cabeça delas perder tempo com as minhas perguntas, com as minhas dúvidas, com os meus sentimentos.

 

Será porque eu sou forte? Porque eu escondo o que realmente sinto? Se sou forte, não sou por acaso. Se escondo o que sinto de verdade, não é uma mera característica pisciana. Tenho (muitos) motivos para isso. “a vida me fez assim”.

Eu não vou, nunca, substituir ninguém. Isso eu já sei… e mesmo assim me desdobro em ser mais do que deveria ser, só porque eu sei que certas pessoas fazem muita falta na vida de algumas pessoas que eu amo.

 

Sabe o que eu sinto? Que sou invisível. Na escuridão da BR, tocando alguma coisa brega no mp3, lágrimas silenciosas escorriam sem dó nem piedade diante desta constatação: as pessoas não me vêem. Eles partem da arrogância deles de que me “conhecem” e que, por isso, não precisam me “olhar” porque já sabem quem eu sou, como eu sou, o que eu penso e sinto. Não percebem que a mudança é mais eu do que qualquer outra característica. E aí se alguém que não me “conhece” me chama de otimista, os que me “conhecem” riem do descabido. Sim, já fui pessimista, já fui realista. Não sou mais. Simples assim. E quem me conheceu quando eu era essa ou aquela não me vê hoje.

 

E tudo que eu faço nada adianta. Então não reclamem da minha solidão, pois só ela me basta. Não reclamem dos e-mails não respondidos e dos telefonemas não atendidos. Vou ignorar aqueles que me ignoram. Não para fazê-los me “perceberem”, só porque eu canso. Eu canso de tentar mostrar, em gestos e palavras, tudo aquilo que não se dão conta. E olha que eu eu tento. Tento tanto… mas aprendi, com o cansaço, a dar fim às tentativas inúteis.

 

Enquanto olharem através de mim, é isso o que terão. Também sou boa com a indiferença. E, lembrem, eu mudo, sempre. Ou às vezes.

 

E eu não quero saber das suas dores, tenho cá as minhas. Tenho cá minhas saudades e minhas faltas. Tenho cá minhas lamentações. Convivo todos os dias, a todo instante, até dormindo, com elas. Levo-as para a praia, para a estrada, para o banho. E ninguém tem a menor idéia da existência delas. Não tenho mais nem amigos para ouví-las. Sim, lamento muito não ter mais nem um outro que antes ainda se importavam e tinham tempo para me ouvir. Nem meu anjinho mais pode me ouvir. E a solidão sempre me acompanhou. Amiga mais amiga que esta, impossível.

Já tentei ser tudo, hoje não quero nada.

 

 

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