Todos os motivos do mundo

 

Devo pedir desde já desculpa pelos longos períodos de ausêcia e pelo silêncio repentino que se farão por aqui (e em outros lugares e meios) este ano. Eis que é uma dissertação, é a volta ao estudo, o trabalho, as viagens, mas, acima de tudo porque devo acrescentar um in/m ao que 2013 me reserva: indescritível. E é por isso que não consigo vir aqui dizer quais foram as coisas das últimas semanas que mudaram minha vida. É por isso que não consigo vir aqui dizer o que foi a sensação de trancar a garganta e não chorar até o dia seguinte, a sensação de “não quero que acabe” que tomou conta de mim uma noite dessas. Não consigo hoje, ainda, escrever ou descrever ou sequer contar certas coisas como porque fiquei sem voz e sem ouvir direito dia desses.

 

Entreguei de vez minha vida nas mãos do Destino. Sim, já fiz isso algumas vezes antes. Dá medo. Dá uma puta ansiedade. Dá uma certeza absurda. Aliás, sempre fui muito nervosa e ansiosa, aí criei mecanismos para controlar isso e há anos tem dado certo. Explodi o mecanismo e voltei a sentir ansiedade. Que saudade que eu estava disso! Todos os sintomas de ansiedade me assaltaram e fiquei feliz pra caramba! Ansiedade me faz um bem danado! O medo? Necessário, mas eu nunca fui medrosa, então passo por ele com facilidade. O segredo é não deixá-lo me congelar. E a certeza… ah! a certeza! Eu acredito. Tenho esse dom da fé e isso me basta. Quem manda aqui, agora, é o Destino. E nada mais me importa.

 

Se 2012 foi tão definitivo e profundo, mas eu ainda com as rédeas às cegas, agora as rédeas não estão mais comigo.

 

E foi assim que saí hoje para caminhar, pensando na vida. Obviamente com o fone de ouvido, viro a primeira esquina e toca uma música muito (muito!) emblemática na minha vida e eu lembro de alguns episódios ligados a ela: um sorriso fica ali dançando no meu rosto. Fui caminhando assim sorrindo… distraída, como sou e como a marca do Destino no meu nome já previa. Meio sem entender reparo que um senhor, um velhinho alto e magro, vem caminhando no sentido contrário retribuindo o meu sorriso e faz um meneio de cabeça. Distraída estava a ponto de não ter me dado conta que eu andava sorrindo pela rua… sorrio de volta, engasgo um meneio em resposta e ele passa adiante. Seria um conhecido? Não. Algum amigo do vô ou da mãe? Talvez. Mas aquele sorriso era uma resposta ao meu sorriso. Comecei, então, não mais a sorrir, mas quase rir da situação. Voltei a sorrir mais algumas vezes, conforme o random do mp3 mandava.

 

Enquanto caminhava lembrei de uma frase dos muros do Canto da Lagoa que dizia algo que expressava a situação com o velhinho. Não lembro exatamente a frase, mas lembro onde ela se encontra. Era isso de dar ao mundo o que você quer de volta. Ou como diz lá a canção do mundo que lhe sorri e você não sorri de volta. Ficarei devendo a frase (quando passar por lá vou lembrar).

 

E é assim que o Destino faz viver… na certeza mais inescrutável, com sorrisos que lhe brotam dos lábios e que geram sorrisos de volta. Talvez eu nunca mais veja aquele velhinho, talvez ele nem pense no que aconteceu hoje. Mas eu recebi um sorriso de volta sem explicação, sem motivo, pelo simples fato de ser uma resposta ao que eu dou ao mundo.

 

Por um mundo com mais sorrisos contra sorrisos pelas ruas. Ou só eu ando sorrindo por aí? Cheguei a pensar que o velhinho talvez estivesse tão acostumado com pessoas carrancudas pelas ruas e só por isso retribuiu um sorriso que nem era diretamente para ele. Talvez.

 

Eu poderia começar um papo muito zen aqui sobre coisas boas que só vêm para quem está de bem ou coisa que o valha. Mas, não.

 

Se você me encontrar sorrindo por aí, saiba que tenho todos os motivos do mundo… e, se quiser, retribua. É sempre bom.

 

 

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