Sopra o Outono:
apaixone-se.
Reverberam as ondas do mar:
apaixone-se.
Grita o pôr-do-sol:
apaixone-se!
Apaixone-se.
É Outono
Quando você sempre se apaixona.
Nunca foi no Verão
Nem no inverno
Nem na tua tão amada Primavera
Apaixone-se.
Já era hora.
A cigana lhe avisou
Os astros previram
As cartas anunciaram
Apaixone-se!
O Destino se impôs
Você aceitou-o.
Agora, apaixone-se.
E se for o certo?
Jamais esses bons tempos?
De solidão, diversão, confusão?
E se for o errado?
Voltarão as ilusões a caírem por terra?
De novo a dor, o cansaço?
Eis que nunca saberemos.
Quantas vezes você ainda vai pensar?
Vai analisar? Ler e reler?
Procurar em vão explicações?
Você não pensa. Você sente.
Apaixone-se.
Os dias, as noites, as canções
Todos lhe dizem a mesma coisa:
apaixone-se!
É Outono. Apaixone-se.
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