Eu acredito que não importa quais teus nortes na vida: é imprescindível agradecer. Eu busco ver as pessoas além do que a vida mesquinha de todos nós acaba por envolver e guiar. Quando a gente deseja coisas boas aos outros – e que seja sempre assim – não importa gênero, crenças, conta bancária, sobrenome e tudo o mais. Importa querer bem. E é o que eu quero: o bem.
2015 foi um baita ano. Hoje, Dia de Ação de Graças, é dia de agradecer. Agradecer por não ter perdido. Agradecer por estar onde estou, com quem estou. Sei que as pessoas estranharam minhas mudanças, meus sumiços, minhas idéias diferentes, meu comportamento e uma dúzia de coisas neste ano. Eu fiz, mudei. A idéia que permeou 2015 é simples: deixei o ter e o ser (aquela velha dualidade) e busco existir. Busco, aliás, existir no tempo – é imprescindível, também, que seja assim. Não bastaria existir, é preciso existir no tempo. A idéia surgiu aí de longas reflexões, a partir de textos e conversas lá e cá.
Se é feriado americano, se é tradição estranha ao Brasil, pouco importa. É uma das tradições aqui em casa, já devo ter dito. É quando eu encerro o ano, é tempo de seguir para o Natal. Hoje cedo saí para comprar o pinheirinho, desci as caixas de enfeites, passei a tarde cozinhando um pato para o jantar, fiz uma bebida especial, tomei meu banho, coloquei um vestido e tirei este tempo para escrever. Amo esta época do ano desde sempre, sempre escrevo sobre ela, amo a decoração, amo músicas natalinas, amo o eterno retorno (já escrevi sobre), amo presentes, amo o significado cristão, amo me arrumar mesmo que, como hoje, não ponha os pés para fora.
Aliás, este ano quase não saí de casa. Vivi com quem amo. Escrevi bastante. Li um bom tanto. Assisti filmes e séries como há tempo eu não fazia. Corri atrás de coisas que, por exemplo, entre os três escolhidos eu ficava em quarto. Nunca me ergui tão rápido de todas as quedas que sofri. Sorri mais. Dormi muito, muito e muito bem. Cortei praticamente todo o supérfluo. Me desafiei a viver com bem menos, longe de outras tantas coisas que amo. Na balança, deixei de perder muito mais do que deixei de ganhar. E deixar de perder deveria ser o maior motivo pra gente agradecer sempre.
É o espírito da coisa, entende? Que tenhamos todos ao que agradecer. É o que eu desejo a vocês e a todos. Às vezes é difícil, eu já cheguei neste dia, em outros anos, e achava difícil ter pelo que agradecer. Mas a fé e a esperança são assim, tão humanas quanto nós. Não dá pra ser feliz sempre, mas é imprescindível que a gente saiba o caminho de volta para a felicidade.
Como eu disse, independe de crenças. Pra mim é uma semana muito especial (ontem foi dia de Santa Catarina de Alexandria, minha protetora e amanhã é dia de Nossa Senhora das Graças, a qual sou devota) e até dia primeiro de janeiro será assim, todos os dias serão especiais. Por isso, semana que vem terei festas, farei as visitas tão prometidas, enviarei presentes e cartas de agradecimentos e saudades. No mesmo tom do ano inteiro: só tenho a mim para oferecer.
Talvez eu até escreva sobre essas mudanças todas, mas não no nível de auto-ajuda (não gosto). Penso que quando escrevemos sobre o que alcançamos é para dar um testemunho de que aquilo é possível para qualquer um – basta querer. Sabe o gordinho que cria conta no Instagram pra mostrar a luta contra a balança? Então, mais ou menos isso – e acaba que sempre é auto-ajuda. (risadinhas por aqui)
Agradeço, claro, a vocês que lêem este meu desassossego todo. Vocês são especiais. Apareçam sempre (eu deveria aparecer sempre também, né). E que vocês tenham, hoje, muito a agradecer.
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