Vejo-te ao lado
escancaro o desejo
de tê-lo em carne
pensamentos e suspiros
desejo-te nu e perdido
desejo-te fraco e solitário
desejo-te frágil.
Vejo-te
tuas incertezas
tuas misérias
tuas mentiras
teus descalabros
tuas hipocrisias
teus desassossegos
e repito:
desejo-te.
E passas ao largo
não despes tua polo
não ajoelhas de cansaço
não assumes teu fardo
não abraças a liberdade.
Vejo-te e ofereço meu desejo
de tê-lo sem fantasias.
Passas ao largo
em teu caminho de ilusões
e não caíste em minhas tentações.
Não esquecerás jamais:
desejo-te como és;
tu, porém, não pode sê-lo.
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