O sol risca o horizonte que não vemos
os caminhos levam às casas e aos bares
tão pouco de um dia a mais
e a chuva que não veio
As jantas fumegam nas panelas
as crianças suadas saem da prisão
as moças esperam seus namorados
e os velhinhos já na televisão
Hoje começa uma novela das seis
talvez ao despertares não tenha sol
há quem veja começos no fim
e dias sem alegrias
Os postes em mistério se acendem
os cães festejam o desejado passeio
os pássaros calam e se aninham
o sol deixa o laranja roseado da saudade
Teus beijos de raspão me atingiram
com suspiros irritadiços quis te afastar
rondas o espaço dos meus pensamentos
e estou indo dormir
Pesadelos me assaltarão
esses olhos sonolentos verão
tu em prosa e verso
e serás o suspeito de conturbar
a próxima manhã.
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