Parti sem data pra voltar
deixo o bilhete de despedida
sem meias verdades
levo a alma manchada
de frustrações
Queria querer precisar
de ti e do abraço apertado
hoje sinto-me sem ar
sem rumo a encantar-me
sem paixões
– das que rompem meu querer
Levo pouca roupa
pouca comida
pouco dinheiro
e uma mala de saudades doidas
para matá-las à beira-mar
Acendi uma vela
para desfazer o encanto
das tuas palavras
deixo instruções
de sobrevivência sobre a mesa
e parto sem peso na consciência
vou ali sentir o sopro vibrante
de saber que o mundo não precisa de mim
que nem você nem ninguém
– precisam de mim
e, quem sabe, nas ondas
descobrirei o que preciso.
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