Não vi quando
as nuvens abraçaram os morros
nem o que
teus olhos viram em mim
naqueles tempos
quando, desconfiados
ainda não nos entregávamos
às juras sussurradas do rio
sem pressa aos nossos pés
De noite os vidros embaçados
os latidos espaçados
e as folhas que caem
sobre o teto do carro
Eram corpos que tremiam
no tempo e espaço
do limiar do fim
da solidão
Quis ver por teus olhos
como era este mundo
(o qual abandonara há silêncios
por desilusão);
na frágil ponte que ligava
a terra firme ao precipício
onde água e pedra, desembocava
teu olhar longe de mim
e aos poucos se apaixonava
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