Barcos não navegam sobre trilhos
e sem ninguém reparar
sempre atraquei nas mesmas praias
areias e pedras: meu caminho
Coleciono esquecimentos brutos
em troca de doçuras da memória
E ali não havia música
a maré a se achegar
e o ciclone em alto-mar
são notas certas da nossa trilha
Chantageio o coração guerreiro
com horas de paz na penumbra
Com quantos invernos se faz
um olhar desconfiado
basta uma primavera
para um abraço sincero
Burlo carrascos do tempo e espaço
com o relógio de ponteiros quebrados
As andorinhas a flanarem
sobre os túmulos floridos
dos nossos passados
redesenham um futuro
só: nosso.
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