Quem vê
o vestido até o joelho
não nota
o lábio trêmulo
de desejo
Quem vê
o sorriso de moça comportada
não sabe o pecado que cometo
no breu do estacionamento
e com o nó da tua gravata
Quem vê
minha falta de jeito numa valsa
não desconfia o que te digo
ao pé do ouvido e o que faço
com o nó da tua gravata
Quem vê
meu olhar sem brasa
não imagina que eles te despem
dez vezes por minuto e só deixam
o nó da tua gravata
Antes de chegar
àquela rua sem saída
a boca seca
nem mais controlava
querer-te e ao
nó da tua gravata
Teu suor me molhava
como o temporal
que agora a cidade arrasa
e sob a pele quente
o desejo arrefecia
até, de novo, eu lembrar
da tua gravata
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