Bati três vezes na porta
antes de entrar
sonhos esquecidos
alma livre
e um punhado de sorrisos
trouxe na bolsa
Os pés descalços
em silêncio atravessaram
vales e enseadas
inundações e folhas secas
e o chão de madeira do teu quarto
coloriu as cicatrizes
Espia pela veneziana
a chuva que nos abençoa
– faz de mim
tua visita cativa
Se desmancha no ar este pó
(tempos do nosso abandono)
sob os lençóis
no recado no espelho
na dedicatória do livro
no porta retrato sobre a mesa
no chocolate na gaveta
no bilhete no bloco de notas
Traçado na rota
as velas enfunaram-se
o encontro desmarcado
tantas vezes
e desembarcamos atentos
na mesma praia.
Deixe um comentário