A saudade
fala todas as línguas
percorre vias públicas
nas rodas de skates
e rollers das crianças
desatentas
brilha nos olhos
das gatas que perambulam
no escuro
atrai as famílias
em bando para a foto
aos pés das árvores
de Natal da praça
duvida do que lhe
trará o futuro
incerto nas mãos
de alguém tão incauto
carrega lágrimas
que não disparam
diante do silêncio
elétrico do chuveiro
demora as horas
das distâncias em
quilômetros e metros
e dos relógios que
tremulam apenas
dez minutos
A saudade
cala todas as línguas
atira-se de pontes
afoga-se nas baías
agarra-se aos molhes
pega carona com os navios
pendura-se nos aviões
a sobrevoar recantos
de mares e amores
A saudade
mata todas as línguas
palpitantes de um beijo
ao quebrar das ondas
no entardecer.
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