O que sonhas, meu bem
quando te afago a nuca?
O que te sonha o verde
dos sombreiros sobre nossas cabeças?
O que sonhas
ao te roçar o pêlo?
O que te sonha o futuro
a te trazer o que não tens, ainda?
Abandona-te, suplico
aos sonhos
aprisiona-me nesta vida
te juro, não posso
salva-me ao sorrirmos
sonhando sonhos impossíveis
Queira-me a vida a simplicidade
Queria-me a vida a rotina
expulso-te se me querem rendida
O que sonhas, meu bem?
A amarrarmos os barcos
em novos desafios
a protestarmos diante
de outros desaforos
a enchermos o tanque
e rodarmos estradas inclementes
O que te sonha, repara
a cada alvorecer
em todas as tardes longas
em especial num dia de sol
Sonha-te quem és
perturba-te o desejo mais sincero
acalma-te as certezas mais puras
Sonha-te quem és
de pés descalços e nu
contemplando a vilania
das máscaras que te caem
e do sonho mais voraz
que te abraça agora.
Deixe um comentário